Saúde Mental: A segunda Pandemia no Brasil
Não, não estamos falando de uma nova onda do Coronavírus, mas de algo que é consequência dele: as doenças mentais.
A causa não é somente o isolamento social, mas sim, todas as mudanças impostas pela pandemia: sofremos com o distanciamento social, com as perdas, com a instabilidade econômica, com a falta de emprego e com todas as questões que pesam quando ficamos – literalmente – sozinhos com nossos pensamentos.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% no primeiro ano de COVID-19. Os dados também revelam que as mulheres são mais atingidas que os homens, representando 53%. Quando os números são por faixa etária, 56% são jovens entre 16 e 21 anos os que mais sofrem: os índices de suicídio disparam acima da média. Policiais e pessoas do grupo LGBTQIA + também têm mais chances de desenvolver um transtorno mental: três vezes mais para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático.
O aumento na prevalência de problemas de saúde mental coincidiu com grandes interrupções nos serviços para condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias, deixando enormes lacunas no atendimento daqueles que mais precisam. Embora a situação tenha melhorado no final de 2021, muitas pessoas ainda têm dificuldade em acessar os cuidados e o apoio que precisam, tanto para as condições pré-existentes quanto para as recém desenvolvidas.
Com a falta do atendimento presencial, busca-se suporte online, porém, as dificuldades demonstram que há uma necessidade urgente em proporcionar ferramentas digitais confiáveis e eficazes de fácil acesso, principalmente num país onde os recursos são limitados e, em muitos lugares, a saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse enfrentar suas responsabilidades propositalmente.
No geral, somos um país que adoece mentalmente e que tem uma multidão de deprimidos e ansiosos. Saúde mental é uma necessidade pública: não se pode tirar o direito de diagnóstico e de tratamento de uma maioria que não tem condições de pagar por ajuda e apoio, maioria essa que sofre justamente por sentir mais os impactos de tempos tão difíceis que ainda irão reverberar por muito tempo.
ONDE PROCURAR AJUDA?
Ao notar:
- Falta de esperança;
- Preocupação excessiva com a própria morte;
- Expressão de ideias ou intenções suicidas;
- Isolamento de atividades sociais e de pessoas,
procure ajuda – para si mesmo ou para alguém próximo. Além disso, o desemprego, a discriminação por qualquer que seja o motivo, sofrer agressões psicológicas ou físicas e diminuir práticas de autocuidado, podem ser gatilhos para o desenvolvimento de doenças mentais.
Um simples gesto pode salvar vidas e dar início ao fim dessa pandemia não-viral que atinge a mente.
MAPA SAÚDE MENTAL
O site mapeia diversos tipos de atendimento:
CVV (Centro de Valorização da Vida)
Voluntários atendem ligações de forma gratuita, 24 horas por dia no número 188.