Ortorexia, a alimentação saudável que vira uma inimiga
Depois da bulimia e da anorexia, o novo distúrbio alimentar que tem preocupado médicos e, principalmente, psicólogos é a ortorexia. Enquanto os outros dois distúrbios se caracterizam como meios para a redução de peso, a ortorexia é um transtorno alimentar no qual a pessoal se torna obsessiva em relação à qualidade dos alimentos que ingere.
Qual a qualidade nutricional do alimento? Possui muito sódio, gordura saturada ou carboidrato? É rico em vitaminas? É transgênico? Vem de cultivo orgânico? As perguntas são infindáveis e faz com que a preocupação alimentar se torne o ponto focal da vida do ortoréxico.
Como no início a preocupação com a alimentação saudável é um fator positivo, a ortorexia, muitas vezes, tem seu diagnóstico dificultado. Mas quando essa preocupação se torna uma ideia fixa é sinal de que algo está errado e o melhor é buscar ajuda profissional.
Segundo a psicóloga clínica e psicanalista Michaele Cristina Motta Bennaton, sendo a ortorexia uma obsessão por um estilo de vida ultrassaudável, seu caráter extremista leva o paciente a desenvolver sintomas como ansiedade, irritabilidade, isolamento social e até desnutrição. “A supressão de certos alimentos, por não atenderem às exigências nutricionais ou de pureza, pode desencadear graves casos de carência nutricional”, destaca.
Embora nem sempre o diagnóstico seja claro, a psicóloga dá algumas dicas de como reconhecer que o estilo de vida saudável ultrapassou o limite do razoável. Os principais sintomas a serem observados são:
- Examinar pormenores em relação aos nutrientes do alimento
- Só se permitir ingerir o que é considerável saudável
- Não conseguir ingerir refeição preparadas por desconhecidos
- Observar e comentar a maneira como os outros preparam a comida
- Ter pensamentos insistentes em relação ao conteúdo nutricional durante o dia
- Cobrar-se rigidamente quando ingere algo não totalmente saudável
- Perder peso mesmo sem estar em dieta
Tratamento
A ortorexia é um distúrbio relativamente novo e que foi descrito há apenas 20 anos pelo médico norte-americano Steven Bratman. O assunto veio à tona recentemente por ter sido tema de uma palestra durante um congresso de nutrição realizado em São Paulo no meio do ano.
Embora seja um transtorno pouco conhecido e ainda em estudo, já existe um consenso de que a ortorexia deve ser tratada de forma multidisciplinar. Por tratar-se muito mais de um distúrbio emocional do que alimentar, as abordagens psicológica e psiquiátrica são consideradas essenciais.
Como apoio, profissionais como nutricionistas, nutrólogos e endocrinologistas também podem colaborar bastante na prescrição de novos hábitos alimentares.
“É importante observar os sinais, pois a ortorexia costuma obedecer ciclos. Primeiro vem a preocupação em se alimentar de forma saudável e correta. Depois, começam as restrições a alguns tipos ou grupos inteiros de alimentos. Em seguida, a obsessão se instala e a pessoa passa a pensar na qualidade da comida o dia todo e a evitar situações nas quais possa cair em tentação”, conclui a psicóloga Michaele Bennaton.
E como já bem nos lembrava o grande filósofo grego Aristóteles, 380 anos Antes de Cristo, o meio termo e a moderação são sempre as melhores escolhas para o homem. Mesmo que o extremo, a princípio, seja algo positivo como buscar uma alimentação saudável.
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